Durante os dias 19, 20, 21 e 22 de março decorreram os Encontros de Criação Artística Cascais 2018, uma iniciativa promovida pela Comissão para a Pessoa com Deficiência do Concelho de Cascais (CPD), com o apoio da Câmara Municipal de Cascais. Este evento caracterizou-se pela realização de 6 workshops de música, dança e artes visuais que culminaram num momento final de partilha e de mostra do trabalho realizado.
Pretendia-se com estes workshops, que decorreram nas Instalações da ARIA – Associação de Reabilitação e Integração Ajuda, promover um incentivo à formação e reflexão, colmatando as dificuldades sentidas pelos artistas com deficiência em expressar as suas capacidades artísticas. Estiveram envolvidos 75 participantes, de 7 instituições com as respostas de Centro de Atividades Ocupacionais e Fórum Sócio- Ocupacional.
Eram grandes objetivos: partilhar experiências e conhecimentos; incentivar o desenvolvimento de projetos artísticos; explorar processos criativos; transpondo o isolamento através das dinâmicas criadas e promover a inclusão social.
Ao que parece estes objetivos foram cumpridos, tendo em conta a conversa dinamizada pelo jornalista Paulo Nogueira com os formadores Bruno Rodrigues (coreografo, bailarino, professor e codiretor artístico da CIM-Companhia Integrada Multidisciplinar), Filipe Romão (artista plástico e professor de artes visuais), João Concha (Ilustrador), Kátia Leonardo (professora no âmbito artístico e de desenvolvimento pessoal), Rui Pais (músico), Sónia Eusébio (psicóloga e dinamizadora de atividades de expressão dramática e animação musical) e Telmo Santos (bailarino, coreógrafo e professor de Hip Hop e fitness).
No encontro final que decorreu no Centro Cultural de Cascais, no dia 22, a emoção foi o sentimento que todos partilharam. Os participantes brindaram o público com pequenas performances durante o evento. Foi surpreendente a facilidade com que os formandos aprenderam as técnicas num espaço tão curto de tempo, revelando, assim a sua capacidade artística.
Duas das características valorizadas pelos formadores foram a disponibilidade e a forma descontraída como os formandos se relacionaram. A maior parte deles não se conhecia.
Nestes Encontros reforçou-se a ideia de que a arte e o processo criativo não são exclusivos de um determinado grupo. São, sim, um dom, um talento que deve ser treinado. Pessoas com incapacidade física e cognitiva podem ter na arte o reconhecimento das suas capacidades.
Investir na área artística é um caminho. Abrir estes Encontros à comunidade é o futuro. Públicos diversificados juntos, em processos criativos, em comunicação! Esta é a verdadeira inclusão. Olhar a arte como ligação e relação entre as pessoas.