Rede de Acolhimento ao Migrante está a ser concebida de forma participativa

Cascais tem uma forte tradição de acolhimento a população estrangeira e o município tem vindo crescentemente a inovar, no âmbito das políticas públicas relativas à sua integração.

As excelentes condições naturais do território ou a possibilidade de investimentos, que tem vindo a ser feito a vários níveis, atraem novos residentes que aqui se têm vindo a fixar, tornando Cascais no terceiro município da área metropolitana de Lisboa com maior número de estrangeiros. São já 30.388, oriundos de 132 países.

Para que o acolhimento e a integração destes novos munícipes se faça da melhor forma, têm vindo a aumentar os pontos de atendimento que lhes são dedicados e têm vindo também a ser melhorados os serviços aí prestados. Atualmente são já sete os locais de atendimento espalhados pelo território do concelho.

Serviços concebidos com a participação dos imigrantes

Umera Assanali , técnica da equipa de Mediação Municipal Intercultural (MMI), refere que o próximo passo será a constituição da Rede de Acolhimento Municipal ao Migrante em Cascais (RAMMC), que tem a particularidade de estar a ser concebida de forma participativa.

As organizações que participam neste processo são a Cáritas Diocesana de Lisboa , Centro Cultural Moldavo, Casa do Brasil e CMC, que são responsáveis pela animação dos sete pontos de atendimento já existentes.

Umera Assanali explica que estas entidades se preparam para celebrar um acordo que pretende “garantir um acolhimento e atendimentos de excelência, potenciando as competências individuais de cada organização”. A ideia, adianta, “é criar uma uniformização de procedimentos e de linguagem e uma optimização da rede, como um canal de divulgação de informação útil para munícipes migrantes”

Um primeiro Ponto de Encontro

Uma das competências desta Rede (RAMMC) será a produção de materiais informativos que se pretende sejam criados também com a participação dos migrantes, seus destinatários.

A brochura “Ponto de Encontro”, produzida pela Cáritas Diocesana de Lisboa, é um primeiro contributo para este processo. Trata-se de um recurso sintético e muito prático, no qual pode ser encontrado um conjunto de orientações básicas para quem acaba de escolher Cascais para residir.

Joana Henriques, coordenadora do Centro Local de Apoio ao Migrante, da CDL, explica que nesta publicação o imigrante encontra “o que deve fazer, de acordo com as várias áreas que necessita, como o trabalho, a saúde ou a educação”, entre outras.

“Acho a brochura extremamente interessante e necessária. Na minha experiência pessoal me senti muito sozinha, não só a solidão de família e amigos, mas também do aspeto cultural. Teria sido bem diferente com essa brochura divulgando lugares de apoio que com certeza teriam preenchido esse vazio de recém-chegada.”

Érica Silva, brasileira a residir em Cascais há 3 anos

Este material, que convida também os cidadãos estrangeiros a enviarem ideias e necessidades que tenham, para serem integradas em recursos futuros, foi produzido no âmbito de um financiamento concedido pelo Fundo de Apoio a Asilo e Migrações, que apoia a integração de cidadãos estrangeiros provenientes de países de fora da União Europeia.

26 de Novembro de 2020
helenabonzinho