A Associação de Bombeiros Voluntários de Alcabideche assegura, há mais de 15 anos, um serviço essencial para a comunidade: o transporte adaptado. Este serviço, desenvolvido em parceria com a Câmara Municipal de Cascais (entidade financiadora), surgiu para responder às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida, garantindo-lhes deslocações seguras e acessíveis.
Miguel Jerónimo coordena a área do transporte de doentes não urgentes desde 2013 e testemunha diariamente o impacto deste serviço na vida dos utentes. Para ele, a satisfação dos beneficiários reflete a importância desta resposta, que lhes permite realizar as deslocações de que necessitam sem limitações, proporcionando uma maior autonomia.
Segundo Miguel Jerónimo este serviço é uma resposta de qualidade, mas os desafios são constantes, até porque para se fazer este tipo de trabalho é preciso ter alguma paciência, gosto pela ajuda aos outros e um bom relacionamento interpessoal.

Um transporte de qualidade pela igualdade
O transporte adaptado é um recurso vital para garantir a igualdade de muitas pessoas com limitações físicas ou cognitivas, seja no acesso ao emprego ou em atividades como centros de dia. Para estas pessoas, o transporte adaptado surge como a única opção, sobretudo, quando os transportes públicos não conseguem atender às suas necessidades de mobilidade.


O grande desafio do futuro
Este serviço de transporte adaptado assegura, em Alcabideche, uma resposta regular a 44 utentes, além de atender a pedidos pontuais. No entanto, a crescente procura impõe desafios significativos. Com mais de 200 mil habitantes e o envelhecimento da população, a procura por este tipo de serviço tende a aumentar, exigindo soluções para acompanhar este crescimento.
Segundo Miguel Jerónimo, a principal dificuldade é melhorar a eficiência sem comprometer a qualidade do serviço, especialmente face à elevada procura por transportes para tratamentos de saúde, trabalho, escola, centros de dia e para atividades terapêuticas e desportivas como o hipismo e vela adaptada. Quando os horários coincidem, geralmente o horário do início da manhã e final de tarde, os bombeiros enfrentam momentos críticos, que podem resultar em atrasos. A pressão sobre o sistema é constante.
A frota disponível em Alcabideche varia entre seis e sete veículos, mas outros corpos de bombeiros operam com apenas dois, o que limita a capacidade de resposta. Ampliar a frota é um desafio, uma vez que exige não só a aquisição de novos veículos, mas também a garantia de manutenção adequada e remuneração justa para os profissionais. Sem esses recursos, há o risco de falhas no atendimento e frustração dos utentes.
Com mais de 200 mil habitantes e o envelhecimento da população, a procura por este tipo de serviço tende a aumentar, exigindo soluções para acompanhar este crescimento.
O grande desafio para o futuro será a evolução do sistema, assegurando que todas as necessidades sejam atendidas sem comprometer a qualidade e a fiabilidade deste serviço essencial.
